sábado, 6 de março de 2010

Oi, filha.

Oi, filha.

Eu gostaria de ter começado a lhe escrever há mais tempo; desde que soube que você, meu sonho mais bonito e mais ansiosamente sonhado, finalmente, passara a existir. Algumas coisas, no entanto, acabaram por me atropelar e fui involuntariamente protelando as planejadas cartinhas. Perdoe o relaxamento da sua mãe. Com o tempo, minha querida, você perceberá que essa sua mãe é mesmo assim: meio com a cabeça em todos os lugares, meio em lugar nenhum, tanta coisa para fazer nesse mundo que você ainda não conhece mas que já a espera como se fosse a sua chegada o sentido de tudo que carece de fazer sentido, é assim que parece ser ao menos dentro do coração da sua mãe. A sua mãe, minha querida, veja que coisa, nascerá junto com você; a sua mãe, até hoje, era apenas uma menina crescida, sem grandes pretensões e responsabilidades. É você quem a está transformando na mulher que ela sempre acreditou que fosse capaz de ser. Seja paciente com ela. Não ria do jeito desajeitado que ela tem de demonstrar amor. Ou melhor, ria: a sua mãe, certamente, rirá junto com você e será ainda mais feliz nesse mágico instante de descontração e cumplicidade. A sua mãe espera por você como quem espera pelo momento em que nós, pobres seres humanos, frágeis, fugazes seres humanos, nos damos conta de que tudo o que vivemos, e tivemos, e sofremos nessa vida valeu a pena. E tudo valeu a pena, minha querida, por você.


Amor, da sua mãe.


10 comentários:

Blaffert disse...

Fernando Pessoa escreveu que tudo vale a pena quando a alma não é pequena, e lendo isso eu percebo como a sua é imensa. Sim, quando chegam, os filhos dão todo o sentido à nossas vidas que parecem meio sem nexo até então. Seu texto é lindo! Porém mais lindo é saber que quando sua filha chegar vai ter num colo de mãe, um amor sem medida.

Edu Grabowski disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edu Grabowski disse...

Oi Flavinha!
Impossível dizer que suas palavras não emocionam. Não tocam, ou cativam... Você tem esse dom. Você envolve a gente nas palavras e parece que agora lendo cada palavra ouço sua voz doce, suave falando lentamente e sorrindo. E vejo a cena também!

beijo grande do amigo Duds.

PS, pena q caiu sua net...saudades de prosear contigo...=\

Lídia Guimarães! disse...

Oi Flavitaaa...sou eu, Lídia do TBC (to be continued)
To começando um blogue aqui...aliás, tenho dois, este que comecei hoje e o nagulha tbm... naguulha.blogspot.com

Este texto vc já tinha escrito?
Tenho a impressão de ter lido já...

Beijocas floree!
(:

Talita Prates disse...

Que linda(s) que você(s) são!
De marejarem os olhos, querida...
Ai que eu desejo só tudo de bom/MELHOR pra vcs!

E, por favor:
NÃO DEIXE DE ESCREVER!

Bjo,

Talita
História da minha alma

Menina da Imprensa disse...

Meu Deus, mas essa flor espalha poesia por toda a rede... Esse aqui é novinho em folha né?!
Kisses

Jaya Magalhães disse...

Safadíssima!

Tranca o outro blog, cria esse, some... MUITAS acusações, dona Flávia.

Ó, aqui tá lindo. Tu é linda.

E sabe da maior? Eu tenho isso comigo. Essa ideia de escrever aos meus, quando estiverem chegando. [Já até escrevi, aliás, imaginando a hora]. É necessário que tanto amor transbordando tenha mais um cantinho para escapulir.

Mãezona você já é.

Um beijo, preta.

Paulo disse...

Nasce mais um "filho".
Cuide bem dele.

Beijo
PRD

Ceres disse...

Parabéns ;D

Grande ideia essa, de escrever para uma filha.

Essa sim, não só mais uma carta de amor, mas tem muitos elementos do gênero. Em muitos momentos ela provavelmente não te compreenderá, coisa comum com o amor (e com os filhos). Também te decepcionará, mas você a ira desculpar antes mesmo que ela peça... enfim.

Boa sorte com esse desafio.

Dalva Nascimento disse...

Seus textos são muito tocantes... emocionam!

Bjs.

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